terça-feira, 23 de outubro de 2007

Recordações...

Qdo eu era criança eu adorava passar o dia na casa de duas amiguinhas, minhas vizinhas. A gente brincava de tantas coisas, explorava um terreno que tinha do lado de nossas casas cheio de mato, brincava de patins, queimada, passa anel... Elas tinham um cahorro chamado Toty. Qdo eu chegava em casa eu queria imitá-las, transformava minha jabuti Filomena num cahorro e pronto: lá estava o meu Toty! Eu podia passar o dia inteirinho lá com elas. Aquela casa era sempre uma festa e mesmo criança eu já notava a harmonia que havia alí, principalmente vinda dos seus pais. Ele, um senhor de olhos azuis tranquilos, que estava sempre de bom humor. Ela, uma senhora extremamente divertida, de sorriso fácil e gargalhada exagerada, tudo pra ela virava piada! Nunca ví os dois discutirem! Nunca mesmo. O tempo passou, as minhas amigas eram mais velhas e logo arrumaram namorados. E eu arrumei uma galera! Não nos vímos mais. Neste fim de semana eu soube que o pai delas, aquele senhor de olhar e sorriso sereno partiu. Liguei então para aquela mulher de gargalhada exagerada e tudo que eu ouví foi um pranto desmedido, um desespero terrível de alguém que, entre soluços, me dizia que tinha perdido o seu grande amor. Nesta hora eu quis voltar o tempo pra poder vê-la feliz como antes. Toda a minha infância retornou e sentí como se alguém tivesse violado a minha caixinha de lembranças e tirado de lá um peça muito importante, uma gostosa recordação. Vai com Deus tio, onde quer que o senhor esteja agora, obrigado por ter feito parte da fase mais incrível da vida da gente: a nossa doce infância!

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